quarta-feira, 26 de abril de 2017

Actualização do Setup Macro

Antes uma palavra sobre iluminação de campo: trata-se de um setup pesado, mas com resultados satisfatórios. Tenho bastante flexibilidade no controlo da luz principal (luz do difusor octagonal) sendo que o ringflash utilizo-o como luz de preenchimento.

O bracket do flash principal é parte do Walimex Flip-Bracket.

O resto do equipamento que compõe o bracket, como suporte para sapata, sapata e mini-cabeça com rótula, é facilmente encontrado nas lojas de equipamento fotográfico para estúdio.

O difusor para o flash principal é um Walimex Softbox Octogonal de 28cm. É prático porque é transportável dentro da mochila. Quanto à sua qualidade, impecável, com difusor interno e tem uma dimensão generosa lembrando que um grande difusor é o ideal para uma luz suave.

O difusor para o ringflash é caseiro e as imagens em anexo falam por si. Utilizo um plástico opaco e uma folha de espuma de embalagem.

Importante é haver um cilindro que serve, para além de apoiar o difusor, como meio para evitar que a luz do ringflash retorne para a objectiva.

Os elásticos grossos que utilizo custam na loja do chinês 0,75€ por um saco com um punhado deles.

O restante equipamento:
  • Câmara: Canon 60D
  • Flash: Canon Speedlite 550EX
  • Flash: Meike Ringflash MK-14EXT
  • Objectiva: Canon EF 100mm f/2.8L Macro IS USM
  • Teleconversor: Canon Extender EF 1.4x II
  • Tubo de extensão: Canon EF25 II
  • Triggers wireless: Yongnuo RF603C II FSK 2.4GHz
















 Aqui pode ver o resultado de uma foto feita com este setup:




sexta-feira, 18 de julho de 2014

O trauma de Spielberg


Antes de mais: sim, o tema tem a ver com macrofotografia. Leia até ao fim e entenda!

Eu era criança quando fui ver ao cinema o filme Tubarão de Steven Spielberg. Esta película causou à minha geração um irracional pavor dos tubarões, sejam da espécie que for.

Os anos passaram e apesar de ainda existir um natural respeito por este animal, a sensação de repulsa foi gradualmente se transformando em admiração. Dos tempos em que preferia vê-lo extinto, aprendi que a sua existência é  fundamental para um ecossistema equilibrado. Consumi inúmeros documentários que foram me mostrando que o “grande assassino” é na verdade um “grande amigo” e que causa menos mortes ao nível planetário (cerca de 50 por ano) do que, imaginem, os búfalos (cerca de 200 por ano). Sim, isso mesmo, búfalos, ou seja, estes herbívoros matam 4 vezes mais humanos que os “temíveis” tubarões…

Passemos dos tubarões para as aranhas e escorpiões: a analogia aplica-se da mesma forma, o medo e o nojo dos aracnídeos e escorpiões vêm do desconhecimento, do mito cultural ancestral de “animais venenosos e sorrateiros que estão sempre dispostos a nos atacar ou nos prender nas suas teias para servirmos de refeição”. Uma alegoria que foi amplamente e infelizmente potenciada no último século pelos filmes de Hollywood como o Arachnophobia. É uma pena que de uma forma geral as pessoas não se apercebam que nada disso é real. Que as aranhas não querem nada com as pessoas, fogem delas. Para além disso há que reconhecer a sua vital função no controlo de pragas. Os eventuais ataques aos humanos têm a ver quase sempre com a autodefesa, do tipo defender-se de alguém que as pisa com o pé descalço. A média de mortes em todo o mundo causadas pelas mordidas das aranhas é menor que 10 por ano.

Por isso os documentários desempenham aqui a tarefa de esclarecimento. Não digo que as fotos que eu e os meus colegas “macros” fazemos, sobretudo às aranhas, ensinem alguma coisa de valor científico, não são documentários, mas é um facto que mostrar estes animais em belos registos fotográficos, condimentado com alguma informação que vamos colhendo aqui e ali, ajudam a desconstruir o ancestral receio que as pessoas têm destes animais. Não é raro ouvir de alguns amigos que já não olham para estes animais com a mesma repulsa de antes, um pouco, dizem eles, graças à avalancha de fotos que lhes vou impingindo no facebook. Comentário de um amigo: “Se encontrava uma aranha na casa de banho, matava-a de imediato. Hoje já não reajo desta forma, apanho-as e coloco-as vivas no jardim, compreendi que são criaturas fascinantes apenas por poder observá-las de perto”.

Claro que isso não é conhecimento no sentido clássico, mas é informação visual. E a informação é o primeiro passo que pode levar ao conhecimento. Na medida do possível acrescento alguns comentários como “as aranhas não são agressivas e são úteis no controlo das pragas”, “usam o veneno para caçar e nós não estamos no cardápio”, “das aranhas existentes em território português, uma eventual mordida de autodefesa, com exceção da Latrodectus (Viuva-negra) da Loxosceles (Aranha violino), ou seja, apenas duas espécies entre milhares, não costuma doer mais que a picada de uma abelha”, etc.

É possível que possamos aprender alguma coisa com os documentários ou com meras fotos macros. Não nos tornamos biólogos, é certo, mas adquirimos algum conhecimento que pode ajudar a compreender melhor o nosso mundo e a desmistificar falsos pressupostos que acabam por disseminar o “trauma de Steven Spielberg”.


© Paulo Torck - Julho de 2014

segunda-feira, 30 de junho de 2014

National Geographic Julho

É sempre uma honra ter uma foto publicada nesta prestigiada revista.



Aqui a foto em versão 1200px:


Canon EOS 5D
Canon MP-E65mm
Velocidade do obturador 1/80 s
Abertura f/14
ISO100
Feita em 16/5/2014
Parede, Portugal



sexta-feira, 27 de junho de 2014

sábado, 14 de junho de 2014

Equipamento de Macrofotografia

Segue actualização do meu equipamento de campo.

* Câmaras: Canon 60D e 5D
* Objectiva: Canon MP-E 65mm
* Flash externo: Yongnuo YN565EX
* Flash externo: Canon 550EX
* Ring flash: Walimex Ringblitz
* Difusores dos flashes externos: LumiQuest LQ-107
* Triggers: Yongnuo RF-603C FSK 2.4GHz
* Bracket: Walimex Flip-Bracket
* Suportes flashes externos: Mini Tripod Ball Head Walimex
* Tripé pernas: Sunpak Pro 523PX em carbono
* Tripé cabeça: Manfrotto Ball Head RC2
* Carril de cima: Super Mag Slider Velbon
* Carril de baixo: ebay no brand

Como já disse anteriormente, não se pode considerar uma única "receita" de equipamento para a fotografia de campo, pois depende das condições de mobilidade, trajecto, meio ambiente, tema a ser fotografado, etc. A configuração que estou aqui a mostrar é relativamente pesada e pouco prática para fotografar em mato denso. Por outro lado, apresenta resultados bastante satisfatórios que confirmam o ditado "no pain no gain".

Exemplos obtidos com esta configuração: foto 1, foto 2, foto 3, foto 4

Uma pequena nota sobre o ringflash: está a ser utilizado apenas para redução de sombras. Utilizo-o na potência mínima, os 2 flashes externos são de facto os responsáveis por 90% do trabalho.